Trinta anos passaram. Elis morreu em 19 de janeiro de 1982, sem despedidas, sem nem sabermos porque partiu. Lembrando dela, lembrei também de um poema de Drummond, escrito para seu grande amigo Pedro Nava que se suicidou sem deixar uma linha sequer sobre a motivação do ato extremo. O poema se intitula A um ausente, e transcrevo aqui apenas os versos que expressam meus sentimentos sobre a partida de Elis.
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu...
... o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
Não creio na vida após a morte, e uma das poucas passagens bíblicas de algum significado para mim está em Genesis 3:1:9: No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás.
Somos poeira cósmica e a ela retornaremos um dia, isso é tudo em que acredito. Fica de nós a obra realizada, até que o último que se lembre esteja vivo. Por isso, Elis permanecerá por muito tempo ainda.
Elis é, sem dúvida, a melhor intérprete do Brasil.
ResponderExcluirEu uso o termo é, porque suas interpretações ainda estão muito vivas quando a ouço e também acredito que as pessoas vivem enquanto nos lembramos delas. Beijus,
Betty
ResponderExcluirCertos acontecimentos me deixam perplexa, buscando em vao uma saida, um alento ... uma explicacao.
Nao tinhamos acesso a vida pessoal de Elis, o mundo artistico e complicado, e conviver com a genialidade nao deve ser facil.
E Cora Coralina e simplesmente apaixonante.
E viva voce, Regina Maravilhosa e eu tambem rsrs (claro)
Beijinhos
Aos blogs de conteúdo como o seu, a gente sempre regressa. E que bom ler aqui, mesmo tanto tempo depois de escrito, este texto sobre Elis, sem dúvida, um orgulho para todos os brasileiros. Elis, com sua arte, foi e sempre será um orgulho para nós.
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