Obrigada pelo mimo, Walder!

27 outubro, 2009
Já se tornou rotina o meu falar sobre música, mas não canso mesmo, nunca, de expressar a minha paixão pela arte verdadeiramente universal, aquela que pode ser entendida por todos, estejam onde estiverem, falem o idioma que for, bastando apenas deixar fluir o sentimento para compreender o bailar de uma pauta musical.

É com muito carinho que recebo esse mimo do amigo Walder Rocha, parceiro no gosto pela boa música.

Música de Jacob do Bandolim. Arranjo de Marco Bertaglia, adaptado por Potiguara Menezes. Apresentação do grupo Seis Com Casca. Teatro Prova de Autor, dezembro de 2007.


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Um artigo sobre o caso de Flavia

24 outubro, 2009
Gentileza gera gentileza
Estela Casagrande - Jornal Cruzeiro do Sul, Sorocaba SP - 23.10.2009


Acompanho há algum tempo a história de uma dedicada mãe que depois que a filha foi vítima do sistema de sucção da piscina do condomínio onde moravam, ficando em coma vigil*, luta para que a história não se repita e para que os direitos mínimos de sua filha sejam respeitados. Odele, este é o nome da mãe, e Flavia, a garota que há onze anos saiu para brincar e teve os cabelos sugados pelo ralo da piscina emocionam a cada nova conquista.

Odele é uma guerreira, graças à sua luta algumas leis foram mudadas e os fabricantes mudaram modelos de piscinas. Para o tratamento de Flavia no entanto, a indenização não veio. E apesar de seu grito solitário, os sistemas de sucção continuam fazendo vítimas pelo Brasil e pelo mundo, como Odele registra em seu blog.

Mas de tudo o que a mãe devotada já fez, um fato me chamou a atenção. Odele conta em certo momento que Flavia, aos 8 anos era uma garotinha feliz e vaidosa e que gostava de manter seus cabelos compridos, chegando a pedir para que a mãe não deixasse que o cabeleireiro cortasse demais. Onze anos depois, Odele mantém os cabelos de sua filha longos, como ela gostava - e o mesmo cabeleireiro, Ary, há onze anos vai até sua casa uma vez por ano, em outubro, no dia de sua folga, para cortar os cabelos da menina, agora moça. Ary nunca aceitou pagamento pelo corte. Odele nunca desistiu de fazer a vontade da filha. E ela mesma conta: Até hoje eu e Ary respeitamos esse desejo de Flavia. E nesse grande e doloroso mistério que é o estado de coma, pode ser - é bem possível, que Flavia perceba que seus cabelos ainda são longos. E pode ser - é bem possível, que Flavia fique contente por isso.

Se você quer conhecer mais dessa história rodeada de gentilezas e de coragem pode ler em flaviavivendoemcoma.blogspot.com.

E de alguma forma, aderir a campanha de Odele pela segurança de nossas crianças, pois como eu sempre digo, não existe estatística que convença quando aquele um em um trilhão de pessoas é o nosso filho.

* coma vigil é um estado de coma em que a pessoa dorme durante a noite e fica de olhos abertos durante o dia, sem contudo reagir a qualquer estímulo exterior

estela.casagrande@jcruzeiro.com.br
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Dance, dance, dance... Um poema do Beto Palaio

20 outubro, 2009
Luci, o Beto, poeta e escritor, me enviou o poema, e ao ler fiquei pensando em você. Perguntei a ele se poderia dedicar a uma amiga querida, e a resposta foi: Sim dancemos com a Luci!

Vamos, então, dançar!



Dance, dance mesmo assim...
Dance pelos momentos fugazes que nunca mais se repetirão...
Dance pelo botão de rosa, promessa de nova vida...
Dance pelos meninos e meninas de rua, que só conhecem a desesperança...
Dance pelos sentimentos tardios, que nunca deram em nada...
Dance pelos arrependimentos, que sufocam o pecado saudável...
Dance pelo arco-íris, o coveiro da chuva de verão...
Dance pelo amor infinito, aquele que um dia sempre acaba...
Dance pelo primeiro beijo, que reduz uma hora a um segundo...
Dance pelo vestido da Marilyn Monroe, outrora tão recheado da dona...
Dance pelo final de Casablanca, o início de tantas amizades...
Dance pela fabrica da Studebaker, que faliu em 1966...
Dance pela tinta zarcão, que esconde a implacável ferrugem...
Dance pelo anjo-da-guarda, o discreto e bom conselheiro.
Dance pelo sistema plantation, que vai desertificar a Amazônia...
Dance pelo instante do orgasmo, que foi, é ou um dia será...
Dance por você, pensando numa salsa cubana...
Dance pela humanidade, pensando num merengue paraense...
Dance pelos inviáveis, num samba quadradinho e sincopado...
Dance uma valsa vienense, pelo sucesso do seu vizinho...
Dance, dance mesmo assim: pelo seu último sonho, pela próxima notícia,
pelo sol que brilha na praia ou por uma vida nova e repleta de oportunidades...
Dance pelo que você jurou que seria e que ainda pode ser, pois tudo
só depende de sua dança...


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Mercedes Sosa - Gracias a la vida

04 outubro, 2009
Haydé Mercedes Sosa, "La Negra", se foi neste domingo de outubro, em plena primavera no hemisfério sul. Era argentina, ganhou o mundo cantando pelos pobres e pela liberdade. Sua voz inconfundível simbolizava as vozes dos que não podiam se expressar na época triste e feroz da ditadura militar em seu país.

Eu estava na faculdade nos anos 70, e aqui vivíamos tempos complicados. As músicas de Mercedes, de Joan Baez, entre outros intérpretes e compositores, eram proibidas no Brasil, mas conseguíamos fitas K7 clandestinas, que só ouvíamos baixinho em lugares reservados com amigos de fé. O risco era enorme. Se fôssemos apanhados com aquelas fitas...

A música Gracias a la Vida, de Violeta Parra, era considerada um hino para as esquerdas no mundo todo, e no Brasil não foi diferente. Marcou uma fase da minha vida - ideais utópicos da juventude, e é com essa canção que faço uma singela homenagem a essa grande mulher.

Esteja em paz, Mercedes!


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Hoje é aniversário da Maristela

02 outubro, 2009
Você pediu um presente do Michel Tcherevkoff, eis aí!




Feliz Aniversário!
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