BookCrossing

11 novembro, 2011
Faz três anos, numa reunião de condomínio, foi proposto o aproveitamento de uma sala junto à área de lazer, fechada há muito tempo, e que já abrigara uma pequena biblioteca. Meu filho, presente à reunião, sugeriu que a biblioteca fosse reativada. Todos aprovaram, porém ninguém queria a tarefa de fazer o levantamento do acervo, e muito menos ser responsável por ele. Pois bem, entusiasmado com a ideia, ele assumiu sozinho o trabalho; sozinho é força de expressão, ele sabia que poderia contar comigo.

No dia seguinte, descemos para conhecer a sala e ver o que havia por lá. O espaço era razoável, as paredes tinham estantes de aço do chão ao teto, e livros, muitos livros empoeirados, amontoados por todo lado. Assustava olhar aquilo e imaginar o que nos esperava, mas respiramos fundo e fomos em frente.
Começamos tirando os livros e empilhando-os na varanda próxima à sala, num vaivém sem fim. Eram livros bem diversificados: nacionais, estrangeiros, romances, biografias, crônicas, poesias, técnicos, didáticos, coleções, enciclopédias, e até obras raras da literatura portuguesa do século XIX. Sala esvaziada, um dos funcionários veio fazer a limpeza enquanto saíamos em busca de grandes caixas de papelão para a organização inicial, que seria separar os livros por assunto. Como nosso tempo livre era pouco, levamos quase uma semana só nessa etapa.
A segunda parte do trabalho foi mais demorada ainda: refinar a separação por autor, limpar os livros, colar etiquetas numeradas e anotar as informações correspondentes a cada número. A sala ganhou ventilador de teto, melhor iluminação, mesa com duas cadeiras, e os livros, finalmente, foram arrumados nas prateleiras. Ficou bem aconchegante.

Não posso dizer que a utilização da biblioteca esteja conforme esperávamos, visto que o movimento é pouco em relação ao número de moradores, porém não chega a desanimar. Alguns doam livros que acabaram de ler, a retirada de títulos tem sido regular, estudantes usam o acervo para pesquisas escolares, e a administração destinou uma pequena verba trimensal para a aquisição de livros novos. De uma forma ou de outra, os livros vão mudando de mãos.

Dessa experiência, concluí que o alto custo de um livro não é a principal razão para que se leia tão pouco, mas sim o desinteresse. A leitura parece não atrair boa parte das pessoas, que preferem assistir TV a ter um livro nas mãos. Por outro lado, tenho observado na Internet certa frequência de citações de autores, trechos de livros, máximas, poemas, etc. Sei que a maioria sequer leu as obras mencionadas, e pouco ou nada conhece sobre quem as escreveu, mas considero, apesar disso, um sinal que a semente foi lançada, só falta rega e luz para germinar.

Vivemos novos tempos, nada faz lembrar a calma de quando as horas custavam a passar e a leitura era uma das raras distrações que se tinha. Hoje, para conseguir atrair a atenção das pessoas é preciso marketing e domínio da moderna tecnologia, não importa se o produto é um carro ou um livro. Acontece que não se vê propaganda de livro na TV, que é a única fonte de informação para quase a totalidade do povo brasileiro. E se não "apareceu" na TV, não existe ou não é importante.
Durante muitos anos a televisão reinou absoluta, ditou o gosto e o comportamento das pessoas, mas isso vem mudando com o uso do computador, que pode ser, entre mil outras coisas, um atraente fator de motivação cultural, como o BookCrosssing Blogueiro, por exemplo. A questão é aprender a direcionar o clique para o lugar certo, e aqueles que têm o privilégio de melhor cultura devem, ajudar os que ainda não chegaram a esse patamar. Nada radical, para não se tornar uma chatice e o tiro sair pela culatra. Assim, como quem não quer nada, um toque aqui, outro ali, sempre com delicadeza, e as coisas vão melhorar!


Faltou falar sobre o livro que passarei adiante: Asas da Loucura (Editora Objetiva), do premiado jornalista americano Paul Hoffman.
É um livro fascinante, que faz um relato detalhado da vida, dos feitos e da personalidade de Santos-Dumont, tendo como pano de fundo as sociedades brasileira e européia, desde 1873 até 1932, respectivamente, anos do seu nascimento e da sua morte.
Como farei isso? Doando para a nossa biblioteca, claro!

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Engano

29 outubro, 2011
A saudade arma a cilada, cair ou não é por nossa conta.


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Aqui pensando sobre sobre esses versos...

20 setembro, 2011


Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.

Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.

- Fernando Pessoa -

Imagem: betty
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Petição por Lei Federal - Segurança nas Piscinas

18 setembro, 2011
Clique na imagem para assinar a petição.

Meu blog é pouco visitado, mesmo assim, vez ou outra, aparecem visitantes via Google ou outros mecanismos de busca, e qualquer pessoa que venha a se informar quanto à petição poderá, quem sabe, vir se juntar a nós nessa luta. Digo nós porque a luta da Odele é também de muita gente, do Brasil e além de nossas fronteiras, visto que as tragédias causadas pelos ralos de sucção das piscinas continuam ocorrendo mundo afora bem mais do que se possa imaginar.

Estou mobilizando parentes, amigos, amigos dos amigos, e quantos mais quiserem chegar. Nunca se sabe se aqueles que nos prometem assinar o farão, mas se não divulgarmos eles terão a desculpa de que "não sabiam", "não ouviram", "não viram", e isso não podemos permitir.
Quem não quiser assinar, que seja, vai da consciência de cada um, nada podemos fazer a respeito, senão nos conformarmos. No entanto, nós, os que acreditam na causa, vamos continuar cumprindo a nossa parte.

Sendo a vida o maior bem do cidadão, nada mais necessário que ela esteja protegida pelo Estado, em todos os níveis, através de leis que determinem procedimentos, fiscalização para que sejam cumpridas e punição quando forem infringidas. O perigo das piscinas fora dos padrões de segurança existe em todo território nacional, portanto só uma lei federal atenderia à devida proteção dos cidadãos brasileiros.

Peço a todos que acaso passem por aqui, ao menos leiam sobre o assunto, se informem, e para isso nada melhor que uma visita ao blog: Flavia, vivendo em coma".
É só um clique no link, não custa tanto assim.
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Freddie Mercury... Saudades

05 setembro, 2011
Farokh Bomi Bulsara nasceu em Zanzibar, antiga colônia britânica na África, hoje Tanzânia, em 05 de setembro de 1946. Seus pais eram indianos, de ascendência persa e adeptos do zoroastrismo. O pai era funcionário do governo britânico e, com a independência da ilha, em 1963, foi remanejado para Londres, Inglaterra, onde Freddie completou os estudos. Recebeu o diploma universitário de Arte e Desenho pelo Ealing College of Art em 1969.

Em Londres, conheceu Roger Taylor (bateria) e Brian May (guitarra), que procuravam um parceiro para dar continuidade à banda Smile. John Deacon (baixo) juntou-se a eles logo depois. Assim, tendo Freddie como vocalista e tecladista, estava formada a banda que se chamaria Queen.

Com seus conhecimentos de design e, óbvio, com seu talento, Freddie criou o símbolo que se tornou marca registrada da banda.


O primeiro álbum do Queen saiu em 1973. No segundo álbum, em 1974, veio o primeiro hit: Killer Queen. A partir do terceiro álbum, Sheer Heart Attack, também em 1974, a banda alcançou o sucesso definitivo, ficando entre os 10 mais vendidos da Inglaterra.

Os shows da banda, em diversas turnês mundo afora, tinham uma iluminação inovadora, performance fantástica de Freddie, músicas com refrãos poderosos, letras ousadas e belos solos de piano. A plateia delirava e, então, Queen se tornou uma das mais famosas bandas de todos os tempos. Freddie Mercury e Queen marcaram toda uma geração e a música do século XX - em venda de discos, perderam apenas de Elvis Presley e dos Beatles.

Ao longo dos anos, o grupo acumulou vários sucessos, sendo os meus preferidos: Bohemian Rhapsody, Under Pressure, Love of My Life, Somebody to Love, We Will Rock You, We Are the Champions, The Show Must Go On, I Want To Break Free, Radio Ga-Ga, A Kind Of Magic, I Was Born to Love you, e Who Wants To Live Forever.

Freddie teve dois álbuns em carreira solo: Mr. Bad Guy (1985) e Barcelona (1988). É do álbum Barcelona a música How Can I Go On, com Montserrat Caballé.

Os integrantes do Queen gostavam muito de Montreux, na Suíça, onde costumavam descansar nas férias. Gravavam no Mountain Studios, chegando sempre depois do famoso festival de jazz, e acabaram por comprar o estúdio, onde foi gravado o último trabalho do grupo: Made in Heaven - com os vocais de Freddie previamente gravados.

Em 23 de novembro de 1991, a imprensa recebeu um comunicado confirmando que Fred sofria de Aids, como se suspeitava há tempos. Ele morreu no dia seguinte.

Após a morte de Freddie, os demais integrantes da banda fundaram uma associação de caridade em seu nome: The Mercury Phoenix Trust. Em 20 de abril de 1992, no estádio de Wembley, Freddie foi homenageado pelos demais integrantes da banda e muitos amigos no show beneficente The Freddie Mercury Tribute Concert .


Freddie foi também homenageado, em 25 de novembro de 1996, com uma estátua na Praça do Mercado em Montreux, um lugar belíssimo à beira do Lago Leman, onde fãs, vindos de todos os lugares do mundo, deixam rosas em sua memória.

Freddie, para mim, é o maior vocalista e intérprete do rock. Brilhante, inigualável!
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A música e os sentimentos

12 junho, 2011
Um amigo, que conhece bem meu gosto musical, indicou esse vídeo espetacular.

Hank Jones, um dos grandes do jazz, morreu em maio do ano passado, e nos deixou obras plenas de sentimento, sua característica mais marcante nas criações ao piano, como In a Sentimental Mood. Foi dedicado à música até o fim, sem estrelismos, com a simplicidade que só os grandes possuem.

Sentimentos são expressados de várias maneiras, como gestos, silêncios, palavras escritas ou faladas, porém é a música, para mim, a suprema forma de comunicação, a que independe de qualquer coisa além do sentir. Não importa o idioma em que é cantada, não importa o lugar onde foi criada, todos podem entender a mensagem, todos podem se emocionar com o som de cada nota. A música é a verdadeira linguagem universal.


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J'te l'dis quand meme

23 maio, 2011


J'te l'dis quand meme
Composição: Patrick Bruel 

On aurait pu se dire tout ça / Ailleurs qu'au café d'en bas
Que t'allais p't êt' partir / Et p't êt' même pas rev'nir
Mais en tout cas, c' qui est sûr / C'est qu'on pouvait en rire

Alors on va s' quitter comme ça / Comme des cons d'vant l' café d'en bas
Comme dans une série B / On est tous les deux mauvais
On s'est moqué tellement d' fois / Des gens qui faisaient ça

Mais j' trouve pas d' refrain à notre histoire
Tous les mots qui m' viennent sont dérisoires
J' sais bien qu' j' l'ai trop dit / Mais j' te l' dis quand même... je t'aime

J' voulais vraiment te dire merci / Pour tout le mal qu'on s'est pas dit
Certains rigolent déjà / J' m'en fous, j' les aimais pas
On avait l'air trop bien / Y en a qui n' supportent pas

Mais j' trouve pas d' refrain à notre histoire
Tous les mots qui m' viennent sont dérisoires
J' sais bien qu' j' l' ai trop dit / Mais j' te l' dis quand même... je t'aime
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