Meu primeiro blog chamava-se "Hier Encore" em homenagem a Charles Aznavour, autor e intérprete dessa música linda, tanto na melodia quanto na letra. O tema era descrito com as seguintes palavras:
"Uma reflexão sobre o tempo e sobre o modo como utilizamos esse breve momento que chamamos existência.
Ainda ontem, eu tinha vinte anos, e num átimo estou envelhecendo. A gente nem percebe como o tempo se esgota. Amanhece, logo já é noite, e um novo amanhecer sucede à escuridão. Lá se vão os dias, os anos e a vida..."
Nunca foi um blog popular, como este também não é, porém me dava um enorme prazer escrever naquele espaço. Era uma conversa entre "eu e mim"... O provedor não era dos melhores, havia certa dificuldade na edição dos posts e dos comentários, o que me levou a procurar outro que me agradasse mais. Assim, vim para o BlogSpot, ao qual não faço restrições. O nome do blog mudou para Betty e me entrosei melhor com a blogosfera. Passado mais de um ano, é hora de fazer um balanço.
Percebi que temos dado muita ênfase a assuntos pesados, principalmente os de cunho político, sendo que pouco adianta falarmos exaustivamente sobre as mesmas questões, nos iludirmos que podemos mudar alguma coisa a curto ou médio prazo. Não podemos. Somos um número inexpressivo de seres pensantes em relação à grande massa ignara, e ela é quem decide as eleições no Brasil. A nós, resta irmos levando sem maiores expectativas, pois as mudanças necessárias não serão vistas pela nossa geração. O caminho é árduo e longo, implica no investimento massivo em cultura e educação formal, coisas de pouco valor por aqui. Um dia, quem sabe...
Não preciso, nem desejo, alardear que sou uma pessoas preocupada com o destino do planeta e da humanidade, até porque as mais puras atitudes são silenciosas. Sei que jamais me afastarei dos meus princípios, valores transmitidos pela minha família, por alguns professores durante os anos de estudo e, principalmente, por meu pai, meu mestre maior. No entanto, sei também diferenciar o que me cabe daquilo que de mim não depende. Faço a minha parte, o que é da minha responsabilidade, usando meus talentos, tentando superar minhas limitações, e disso não abro mão.
A vida não é só tragédia e dor, existem coisas boas acontecendo, é preciso olhar em outras direções: cientistas trabalhando pela cura das doenças, pessoas zelosas que não desperdiçam nem poluem, outras tantas fazendo bem ao próximo, artistas criando belezas que nos encantam, todos contribuindo para o bem, o belo e o melhor. De tristezas, basta as que estão nas manchetes cotidianamente. Quero escrever sobre música, cinema, literatura, sobre coisas bonitas, porque o mundo já está feio demais para meu gosto. Quero paisagens serenas, não apenas as de desgraças mundo afora. Quero flores no meu jardim.
Não pretendo me tornar uma alienada, só quero acrescentar um toque de delicadeza no outro prato da balança.
Imagem: Philip Craig
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"Uma reflexão sobre o tempo e sobre o modo como utilizamos esse breve momento que chamamos existência.
Ainda ontem, eu tinha vinte anos, e num átimo estou envelhecendo. A gente nem percebe como o tempo se esgota. Amanhece, logo já é noite, e um novo amanhecer sucede à escuridão. Lá se vão os dias, os anos e a vida..."
Nunca foi um blog popular, como este também não é, porém me dava um enorme prazer escrever naquele espaço. Era uma conversa entre "eu e mim"... O provedor não era dos melhores, havia certa dificuldade na edição dos posts e dos comentários, o que me levou a procurar outro que me agradasse mais. Assim, vim para o BlogSpot, ao qual não faço restrições. O nome do blog mudou para Betty e me entrosei melhor com a blogosfera. Passado mais de um ano, é hora de fazer um balanço.
Percebi que temos dado muita ênfase a assuntos pesados, principalmente os de cunho político, sendo que pouco adianta falarmos exaustivamente sobre as mesmas questões, nos iludirmos que podemos mudar alguma coisa a curto ou médio prazo. Não podemos. Somos um número inexpressivo de seres pensantes em relação à grande massa ignara, e ela é quem decide as eleições no Brasil. A nós, resta irmos levando sem maiores expectativas, pois as mudanças necessárias não serão vistas pela nossa geração. O caminho é árduo e longo, implica no investimento massivo em cultura e educação formal, coisas de pouco valor por aqui. Um dia, quem sabe...
Não preciso, nem desejo, alardear que sou uma pessoas preocupada com o destino do planeta e da humanidade, até porque as mais puras atitudes são silenciosas. Sei que jamais me afastarei dos meus princípios, valores transmitidos pela minha família, por alguns professores durante os anos de estudo e, principalmente, por meu pai, meu mestre maior. No entanto, sei também diferenciar o que me cabe daquilo que de mim não depende. Faço a minha parte, o que é da minha responsabilidade, usando meus talentos, tentando superar minhas limitações, e disso não abro mão.
A vida não é só tragédia e dor, existem coisas boas acontecendo, é preciso olhar em outras direções: cientistas trabalhando pela cura das doenças, pessoas zelosas que não desperdiçam nem poluem, outras tantas fazendo bem ao próximo, artistas criando belezas que nos encantam, todos contribuindo para o bem, o belo e o melhor. De tristezas, basta as que estão nas manchetes cotidianamente. Quero escrever sobre música, cinema, literatura, sobre coisas bonitas, porque o mundo já está feio demais para meu gosto. Quero paisagens serenas, não apenas as de desgraças mundo afora. Quero flores no meu jardim.
Não pretendo me tornar uma alienada, só quero acrescentar um toque de delicadeza no outro prato da balança.
Imagem: Philip Craig