Luciano Pavarotti

07 setembro, 2007



"Penso que a vida pela música seja uma vida bem vivida, e foi a isto que me dediquei."

Luciano Pavarotti (1935 - 2007)




A música clássica e o canto lírico não fazem parte da cultura brasileira. Poucos são os que apreciam o gênero fora do meio artístico, o que é lamentável. Em que pese alguns momentos na década de 70, com os grandes concertos ao ar livre sob a regência do maestro Isaac Karatchevsky pelo Projeto Aquarius, muito pouco foi feito para a divulgação da música erudita no Brasil.

Sou descendente de imigrantes italianos, tanto do lado paterno quanto do materno. Cresci ouvindo de meus avós as histórias e as belezas da terra natal. O lado paterno veio do norte, Veneza, e o lado materno do sul, Nápoles. Através deles conheci as áreas mais famosas das grandes óperas. São essas as músicas que me transportam ao aconchego das minhas origens.

Luciano Pavarotti, italiano de Modena, partiu na madrugada de 6 de setembro. Sua voz se calou depois de mais de 40 anos nos encantando. Foi com ele que o canto lírico chegou às multidões, nos estádios, nos shows beneficentes, em duetos com os grandes ícones da música popular mundial. Para mim, o maior tenor de todos os tempos.

Alguns puristas o condenam por essa popularização do canto lírico, mas isso beira ao ridículo, pois a música, a maior das expressões artísticas, é a perfeita forma de comunicação universal. Uma melodia, popular ou erudita, mesmo acompanhada de uma letra em idioma não entendido pelo ouvinte, por si só pode ser sentida e compreendida, remetendo a determinado estado de espírito.

Acima de toda a técnica e inigualável talento, vejo em Pavarotti alguém que viveu pela música e soube compartilhá-la com a humanidade. Ele saiu do gueto para as multidões e nos ofereceu a beleza da música sem fronteiras.

De todas as manifestações de pesar, a mais tocante foi a de Bono Vox, do U2, que divulgou no site oficial da banda um texto em homenagem a Pavarotti. Os dois foram parceiros na música "Miss Sarajevo".

"Alguns conseguem cantar ópera. Luciano Pavarotti era uma ópera.
Ele vivia as canções, sua ópera era uma grande mistura de alegria e tristeza; surreal e mundana ao mesmo tempo; um grande vulcão de um homem que cantava fogo mas fazia isso como um grande amor pela vida em toda a sua complexidade, um grande e generoso amigo."


Esteja em paz Luciano Pavarotti.

comentários

  1. É muito bom ver você de volta, Betty!!!! Seu estilo é único, o que torna o blog tão original!
    Mesmo que seja para falar da morte de um excepcional artista, você deixa a sua merecida homenagem ao querido tenor italiano. Ficam suas canções, suas maravilhosas interpretações, sua tentativa de aproximar a arte lírica dos que só conhecem a arte dita popular.
    Merecerá sempre o nosso respeito e a nossa admiração!
    Um beijo!

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  2. Não conhecia o trabalho dele muito a fundo, pois faço parte da maioria que não foi educada para ouvir musica clássica...
    Mas não dá pra negar o talento e tudo que ele fez pela música,...
    Uma grande perda..
    E esse é o primeiro blog que leio sobre a morte dele...
    Parabéns,.,.,
    Um beijo

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  3. Betty querida,

    Seu post sobre Pavarotti ficou tão especial que o linkei lá no Fragmentos...Lindo mesmo...

    Sei que sou suspeita para falar, mas sempre adorei MISS SARAVEJO...com Pavarotti então, ela ficou maravilhosa...Ele deixa saudades e nós somos , "previlegiados" por termos tido a oportunidade de ouví-lo
    enquanto vivo...
    Lindo, e sensível, como você...
    Beijo carinhoso, te enviei um e-mail a pouco, Adoro você amiga,
    Cris

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  4. Também vou sentir muitas saudades do Pavarotti. Fico extremamente triste pelo fato de não ter tido oportunidade de ver alguma apresentação ao vivo dele, pois quando comecei a gostar de ópera ele já estava bem velho. Bom, ao menos vou prestar minha homenagem pessoal assistindo hoje mais uma vez ao DVD de Aída com ele no papel de Radamés. A declaração do Bono Vox foi simplesmente linda. Beijos.

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  5. Venho retribuir os votos de uma boa semana e ainda bem que vejo o esforço em regressar à blogosfera e à nossa companhia, aliás, com um post tão especial. Certo que ainda ouviremos musica dos anjos... porque com Pavarotti toda a gente gostava de musica, mesmo que não fosse entendido em opera ou musica clássica. Com ele a musica não tinha fronteiras ... entre estilos, também não terá entre o céu e ...a terra. :)

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  6. Betty,
    Como é bom ver você de volta! E com um post maravilhosamente sensível e oportuno, para nos lembrar a importância de Pavarotti para a música e para o mundo. A homenagem do Bono é lindíssima! Você trouxe uma lembrança importante: Pavarotti tornou popular a ópera, e não deve de modo algum ser criticado por isso. Ele aproximou a ópera daqueles que nunca tinham tido a chance de ter contato com ela, por falta de oportunidade ou por ignorância. Parabéns, minha amiga. Estou feliz por estar aqui na sua casa novamente.
    Beijos,
    Rosana

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  7. eu sou Angolana e podem crer que este estilo de musica não faz parte da cultura do meu pais por isso digo que ha a quem não sabe quem foi luciano aqui no meu pais eu sou fã de musica lirica e não sei de onde vem o gosto pela musica lirica pois eu não tive influencia de nimguem da minha familia e são todos Africanos e meus amigos dizem que tenho gostos estranhos mas eu adoro este estilo de musica.Beijos Barata

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