Miguel Torga - Poeta e prosador

17 janeiro, 2007
Nasceu Adolfo Correia da Rocha, em S. Martinho de Anta, Trás-os-Montes, em 12.08.1907. O pseudônimo foi escolhido por ele mesmo, que se achava semelhante à torga - raiz de urze, planta de cor violeta ou rosa que nasce em solos silicosos. São dele as seguintes palavras: "Sou duro e tenho raízes em rochas duras, rígidas."

De família rural humilde, aos 13 anos veio para o Brasil para trabalhar na fazendo dos tios em Minas Gerais. Retornou a Portugal para concluir os estudos, custeados pelo tio, na Faculdade de Medicina de Coimbra, onde se formou com especialização em otorrinolaringologia. Casou-se com a belga André Cabrée, uma professora universitária.

Publicou o primeiro livro em 1928, Ansiedade, o segundo em 1930, Rampa, ambos com seu nome de batismo. Só em 1936, ao publicar O outro livro de Jó, adotou o pseudônimo Miguel Torga.

Deixou vasta obra, em poesia, prosa, teatro e 16 volumes dos seus diários. Muitas de suas obras foram traduzidos para vários idiomas, e foi, muitas vezes, apontado como sério candidato ao Prêmio Nobel da Literatura. Em 1989, foi o vencedor do Prêmio Luis de Camões. Recebeu, ainda, vários outros: Prêmio Diário de Notícias (1969), Prêmio Internacional de Poesia (1977), Prêmio Montaigne (1981), Prêmio Vida Literária (1992), e Prêmio da Crítica, consagrando a sua obra (1993). Em 1996, foi fundado o Círculo Cultral Miguel Torga, com sede em S. Martinho de Anta.
O grande escritor morreu em 17.01.1995, e foi sepultado em sua aldeia natal.

Este post não é apenas uma homenagem a esse grande expoente da literatura portuguesa, mas também ao meu querido amigo Fernando, que me fez conhecer e amar Torga.

Brasil

Brasil
onde vivi,
Brasil onde penei,
Brasil dos meus assombros de menino:
Há quanto tempo já que te deixei,
Cais do lado de lá do meu destino!

Que milhas de angústia no mar da saudade!
Que salgado pranto no convés da ausência!
Chegar.

Perder-te mais.
Outra orfandade,
Agora sem o amparo da inocência.

Dois pólos de atracção no pensamento!
Duas ânsias opostas nos sentidos!
Um purgatório em que o sofrimento
Nunca avista um dos céus apetecidos.

Ah, desterro do rosto em cada face,
Tristeza dum regaço repartido!
Antes o desespero naufragasse
Entre o chão encontrado e o chão perdido.

comentários

  1. Querida amiga:
    Fico lisonjeado pela sua referência, mas importante mesmo é o seu post sobre Miguel Torga, que é bem verdade, viveu algum tempo no Brasil, mas cuja obra ao que julgo é pouco conhecida aí. Para mim Fernando Pessoa e Miguel Torga são os autores portugueses que mais gosto. Obrigado mais uma vez pela sua divulgação e como sempre faço deixo «beijos, flores e sorrisos» desde Portugal.

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  2. Minha amiga querida Betty,

    Eu já ouvi falar e li alguma coisa de Miguel Torga, mas esse seu post veio iluminar e nos encher de cultura !

    Obrigada por partilhar !

    Beijos,
    Dani.

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  3. Betty querida...é bom vê-la voltando...mesmo devagar volte, aos poucos, qdo tiver vontade, é sempre bom vir aqui e ler algo seu, sou sua fã viu?????
    Tudo bem? Desejo que sim...dê notícias...Não conhecia nada de Miguel Torga, só memso pelo nome, e gostei do que vi aqui, o que me leva a pesquisar mais, obrigado!
    Um bom fim de semana, bjão carinhoso e um bom fim de semana, Crissssssssssssssssss...

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  4. Doce Amiga Betty,

    Vim lhe desejar uma semana plena de paz, saúde, alegria, ou seja, tudo o que possa haver de melhor.

    Beijos na alma,
    Da amiga,
    Dani

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  5. Betty, amiga querida, Saudades de você...
    Fique com DEUS...
    Bjão carinhoso, Crissssssssssssssssssssssssssss...

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  6. Minha querida e doce Amiga Betty,

    Há um tempo para todas as coisas, para sangrar, sorrir, dilacerar, evoluir, calar, falar. Mas há um tempo (Atemporal) que é o meu bem querer por ti.

    Tens morada cativa no meu coração.
    Tens meu e-mail, estou com você para tudo o que precisar e o que não precisar.

    Eu a entendo demais, porque somos parecidas por demais.

    Beijos na sua alma, repleta de sentimentos nobres.

    Da sempre amiga,
    Dani

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  7. De passagem para desejar uma boa semana e como sempre enviar «beijos, flores e sorrisos» desde Portugal.

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