Valorizar o pior, nunca!

21 agosto, 2010
Praticamente, dois meses sem atualizar o blog. Motivos, variados, porém o mais relevante foi o que chamo de bomba de efeito retardado.

Durante todo o mês de julho me dediquei ao meu gatinho, Peteleco, companheiro de 16 anos, amigo fiel, dócil, manhoso, de tanto que é mimado, e que por um triz não se foi. As opções de tratamento não eram animadoras devido à idade avançada. Cheguei a medicar por orientação de uma veterinária, mas o remédio afetava severamente o sistema neurológico, a ponto dele ficar agressivo, sem contar que o problema digestivo em nada melhorava.
Numa madrugada, em que pensei que ele não amanheceria, decidi suspender o remédio e deixar que a natureza seguisse seu curso, como penso que deva ser até para nós humanos. Qual o sentido de deixá-lo em uma clínica, sozinho numa jaula fria, lugar desconhecido, sem aconchego, sem carinho, até a hora final? Se fosse para morrer, que ele estivesse entre as pessoas que o amam. Decisão absurda para certas pessoas, não para mim.
Como ele já não aceitava se alimentar, e quase nenhuma água bebia, por minha conta, preparei soro caseiro e, com uma pequena seringa ia dando aos poucos. Comecei com doses de 5ml de hora em hora, depois espacei para duas em duas, e assim foi, espaçando mais à medida que percebia que ele ia se animando. Em três dias ele estava caminhando, voltou a se alimentar, ainda que pouco, mas era uma festa para mim. A alegria de ver seus olhos azuis brilhando novamente me devolveu a esperança de que ele ficaria bom. Hoje ele está bem, velhinho, rabugento e um tanto caduco, no entanto tem momentos em que dá umas corridinhas, ensaia brincadeiras, me fazendo lembrar de quando era pequeno.

Depois desse estresse peguei uma gripe, não uma simples gripe, uma daquelas que derruba a gente de tal forma que parece que não vai passar nunca. Como se não bastasse, veio uma grave crise alérgica, com direito à dermatite e urticária, só amenizada com altas doses de corticóide. Os antialérgicos de segunda geração, que não provocam sonolência, não surtiam efeito, precisei tomar os tradicionais, que me deixavam quase um zumbi. Nunca dormi tanto em toda a vida. Meus dias não rendiam, fui ficando angustiada porque não sou de ficar de molho, ao contrário, sou bem ativa, do tipo que não costuma se cansar à toa. Durante esse período difícil, algumas vezes liguei o computador para ler os emails, respondi alguns, li posts que me chamaram a atenção no Google Reader, lamentando a falta de disposição para comentar, visto que havia muita coisa boa.

Bem, por hoje é isso. Peço aos amigos que desculpem pelo sumiço forçado, e vamos em frente, que eu gosto é de sorrir e ser feliz. Afinal, cada fase ruim ultrapassada é motivo de orgulho, de superação, não deve ser valorizada no pior.

comentários

  1. Betty,
    Deve ter sido difícil para ti ver teu gato doente. O bom de tudo é que ele melhorou :D
    Passamos por uma barra com nosso cachorro no ano passado e ele quase morreu. Sei como tu te sente!
    Existem épocas que parece que tudo acontece, né? Ficamos doentes, nossos bichos adoecem, etc... É uma época passageira e tudo fica bem de novo!
    Enfim menina, que bom que tu voltou!! Fiquei feliz de te ler :D
    Beijos!!!

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  2. Betty, nos vivemos momentos emq ue temos que parar mesmo..Lei da Vida..
    Sorte para vc e saude a ambos...vc e ao gato
    dias felizes
    Grace

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  3. Perdi meu fiel amigo Nick recentemente, de 12 anos, Betty, e por isso entendi perfeitamente o teu post. Foram momentos cruéis e eu sinto muita falta dele. Gostei de ler que você ficou com ele em casa. Talvez ele morresse na clínica, como aconteceu com o Nick, infelizmente.
    Bjooo!!!

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  4. Querida Betty,

    Na ocasião que você fez esse post, não consegui comentar. Fiquei de voltar depois e não voltei. Me Desculpe querida. E agora relendo seu post sobre seu gatinho, fico imaginando como fui egoista em não voltar aqui para comentar seu post. Me desculpe. Sei o quanto nos apegamos a um animalzinho de estimação e como o sofrimento deles nos afeta. Mas ainda bem que Peteleco se recuperou. E a gripe que você pegou certamente foi pelo estresse de ver seu amiginho doente. Que tudo esteja bem com você neste momento, é o que mais desejo. Com carinho, Odele.

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