(def. Houaiss)

A cada ano a contagem regressiva da vida vai se aproximando da hora final, e essa idéia me deixa triste. Não que eu tenha medo de morrer, acho que nem tenho, mas sinto uma tristeza enorme de saber que um dia vou morrer.
Como disse Vinícius de Moraes: "Não tenho medo da morte. Tenho saudade da vida."
É exatamente isso o que eu sinto. Pensar que não mais verei as pessoas que amo, que elas seguirão sem mim, assim como eu sigo sem os que já partiram. Saber que não acompanharei o desenrolar da história, e nunca saberei no que vai dar. Não poder mais olhar para o céu, não ver o luar, não sentir o calor do Sol, não me encantar com os tons infindos do verde, não ouvir os sons da natureza, não ler os livros que serão escritos, não ouvir as músicas que gosto, nem as que ainda serão compostas.
A morte é o somatório de muitos nãos.
Não há como alterar o curso da vida. Chegará o dia em que partirei também, deixando vazio meu espaço, para habitar uma dimensão diversa daqui, da qual nada sei. Deve ser lá, em algum lugar entre as estrelas...
Milton Nascimento & Fernando Brant
Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço
Venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida
Imagem: JackTerry
Betty,
ResponderExcluirMinha tão querida amiga...
Que texto lindo..lindo mesmo, somo smemso muito parecidas Betty, como vc sempre diz...até nas preferências musicais...AMO essa música...
Lindo, lindo...
Obrigada pelo prazer de ler algo tão lindo assim...
Obrigada...
Um beijo,
Cris
Betty, nem me fale em saudade!
ResponderExcluirCreio que respiro esse sentimento, às vezes bom, muits vezes, doído demais.
A música do Milton é tão linda e tão triste. Eu adoro.
beijos
P.S. Finalmente publiquei o meme que me indicou. Não sei se ficou bom (risos).
Querida Betty, um belíssimo post sobre a maior das incógnitas. Independente da convicção religiosa de cada um, verdade é que a vida segue adiante com ou sem a nossa presença. Restarão aqui muitas das nossas idéias, sementes do que plantamos. Servir-nos-á de consolo sobreviverem nossos posts publicados nesse universo virtual. Posts como este seu, capaz de mostrar ao mundo algo do que fomos. Penso que, ao assim agirmos, imitamos ao ponteiro dos segundos que, afoito, segue adiante sem saber exatamente quando o seu movimento cessará e resigna-se à certeza de que as horas continuarão avançando. Conforta-me, ao refletir sobre o tema que ora propos, a crença de que somos o que pensamos e, se assim de fato o somos, então seremos eternos porque tivemos a coragem de publicor tudo aquilo em que um dia cremos.
ResponderExcluirLindo post, Betty!
Bom Final de Semana!
Betty
ResponderExcluirVocê é tão intensa nas suas palavras!
marcante texto!
beijos!
elisabete cunha
Betty: essa busca e esse temor é comum a todos nós mortais...que tememos a mortalidade...mas somos impotentes diante da imortalidade.
ResponderExcluirAdorei sua reflexão: racional e pertinente neste dias de insegurança geral.
Abraços de bom começo de semana pra vc.
Querida Betty
ResponderExcluirBela semana!
elisabete cunha